Hepatite crônica e cirrose hepática ocasionada pelo vírus da hepatite B


José Carlos Ferraz da Fonseca
Médico especialista em Doenças do Fígado (Hepatologia)


A persistência do processo inflamatório agudo (hepatite aguda) no fígado por mais de seis meses e sem melhora clínica ou laboratorial (aumento das aminotransferases e persistência do antígeno de superfície do VHB{HBsAg} no sangue) é denominada de hepatite crônica B.

Os principais riscos de progressão para hepatite crônica B seriam:
1) pertencer ao sexo masculino (susceptível a perpetuação do VHB no organismo);
2) indivíduos imunodeprimidos;
3) uso de álcool;
4) ter associados outros vírus (HIV,vírus da hepatite C e Delta);
5) renais crônicos em diálise;
6) renais crônicos pós-transplantados;
7) homens portadores de HIV que fazem sexo com homens;
8) crianças portadoras da Síndrome de Down;
9) leucêmicos;
10) mutação genética do VHB.

Na fase inicial de doença, a maioria dos pacientes com hepatite crônica B é assintomática. Os sintomas, quando aparecem, são totalmente inespecíficos e geralmente predomina: falta de menstruação (amenorréia), falta de apetite (anorexia), espinha (acne), febrícula, cansaço fácil, dores musculares e articulares, mal-estar geral. Somente nas formas avançadas e graves verifica-se o aparecimento dos olhos amarelos e o aumento do fígado e baço. Nesta fase avançada de hepatite crônica, podemos observar alguns sinais clínicos de hepatite crônica, tais como: aranhas vasculares e eritema palmar. O aparecimento destes sinais seria um alerta de que o fígado começa a entrar na fase mais avançada da doença crônica, que seria a cirrose hepática.

A biópsia hepática é considerada indispensável para definir se um paciente tem ou não hepatite crônica.

Na fase cirrótica, nota-se aumento discreto do volume abdominal em decorrência do acúmulo de líquidos (ascite), os olhos tornam-se mais amarelos (icterícia), inchaço (edema) dos membros inferiores e outros sinais de insuficiência hepática crônica. O fígado diminui de volume e o baço aumenta cada vez mais.

Nas fases mais avançadas da cirrose hepática, o fígado reduz-se em três vezes o seu tamanho normal.É nesta fase da doença que um número significativo de pacientes evoluem frequentemente para câncer de fígado

Existe tratamento específico para as formas crônicas de hepatite B e as drogas mais utilizadas seriam o interferon alfa e peguilado, lamivudina, adefovir, entecavir,telbivudina e tenofovir. Nas formas crônicas de hepatite B, o percentual de cura (negativação do vírus B) é muito pequeno.

A prevenção contra a infecção pelo VHB dá-se através do uso costumeiro da camisinha, uso de seringas agulhadas descartáveis e utilizando seu próprio material (aparelho de barba, tesoura, alicate de unha, etc) e vacina contra a hepatite B.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá,gostei muito do blog.
Na parte da alimentação diária de quem tem cirrose e não é diabetico
está perfeita, porem meu caso é outro, sou diabetico adquirida (não tenho ninguem na familia)e também hepatite C por transfusão de sangue.
Gostaria de ter uma diéta para o meu caso.
aguadeço de coração...